Sou portuguesa, minhota de gema. Cresci rodeada pelas gentes da minha terra, pelas festas da cidade no calor de Agosto, pelo mar, pelo rio, pelo monte. Tornou-se raro o fim-de-semana em que, enquanto estudante universitária, não regressava. Não fosse o conforto de atravessar a ponte e ver ao fundo Santa Lúzia pequenina, ao cimo, a melhor sensação do mundo. Se alguma vez pensei deixar este ‘tudo que me prende’ para trabalhar e viver noutro país? Aos 23 anos e sozinha? A resposta pode ser dada com base nas duas realidades que se foram apresentando ao longo do curso: o sonho de ter uma experiência diferente no estrangeiro (provavelmente com o contributo de não ter feito erasmus) e a esmagadora e triste falta de oportunidades para os jovens recém-licenciados. O empurrão desta última fez-me aprender francês e vir com um sac à main para Côte-d’Azur.
Ficam as primeiras fotografias tiradas quando cheguei, num dia de novembro solarengo.